Dêssa Hanna

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Entrevista com a Pitty.

Com menos de dois dias no ar, o clipe 'Me Adora', lançado pela Pitty, chegou a mais de 40 mil visualizações no Youtube. Mesmo assim, o disco mesmo, "Chiaroscuro", só chega em 11 de agosto, enquanto a nova turnê tem início oficial em setembro. A mixagem do novo trabalho foi feita por Bernie Grundman, que tem no currículo nomes como Michael Jackson e Neil Young. Quer saber mais sobre o álbum e a gravação do clipe? Leia entrevista com a cantora!

Como surgiu essa ideia de os fãs poderem acompanhar a produção do disco pelo site? Como foi a resposta do público?

A gente queria poder deixar as pessoas mais a par do que a gente estava fazendo. Ficamos quatro anos sem gravar e todo mundo ficava cobrando o disco, então, quando chegou a hora de a gente fazer o álbum, falei 'bom, então vamos trazer todo mundo para dentro do estúdio com a gente'. Aí, a gente bolou este blog e começou a disponibilizar fotos, vídeos, virais que a gente fez ali durante a gravação, detalhes... Ao mesmo tempo, eu entrei numa onda de usar o site para fazer um jogo com as pessoas, de adivinhação. Fui liberando algumas pistas e mistérios com relação ao disco, para ver se a galera conseguia descobrir como é que ia ser o nome, como seriam as músicas. A graça para mim do site, dessa interatividade com eles, era exatamente esta: nunca revelar tudo, deixar sempre margem para interpretações, para pensamentos e para que a cabeça deles funcionasse de alguma forma em prol daquilo. E foi massa! Surgiram várias teorias malucas, cada um pensava uma coisa, e alguns seguiram as pistas e descobriram.

Que detalhes do disco refletem o título, Chiaroscuro?

Até expliquei bem explicadinho o nome no site, porque eu sabia que, por ser uma palavra em italiano, as pessoas teriam dúvidas. Chiaroscuro é uma palavra que significa claro e escuro, mas que também é uma das técnicas de pintura de Da Vinci. A gente escolheu este nome para o disco porque a gente fechou um conceito visual, estético e sonoro que tem a ver com essa brincadeira entre os contrastes, com todo tipo de dualidade: bem e mal, seco e molhado, porque no som isso é possível, um reverbe a gente chama de molhado, quando num tem efeito a gente chama de som seco... E todas essas coisas que podem ser duas: inferno e céu... A gente fechou nisso e acabou caindo nessa coisa do preto e branco, mantendo tudo nessas cores. Por isso que o nome do site é 256 tons de cinza, porque a gente descobriu que era tudo que existia entre o preto e o branco, a capa do disco também. Aí, a gente pintou um quadro no estúdio, durante as gravações, que tem a ver também com esse conceito visual, o conceito da turnê vai ter a ver com isso. Está tudo amarrado dentro dessa proposta do contraste.

E quando começa a turnê deste trabalho?

Oficialmente, em setembro. Mas, a gente vai fazer outros shows até lá, nós não paramos.

Como foi que aconteceu a sua parceria com o Fábio Magalhães, do Cascadura?

Foi massa! Fábio é meu amigo desde que eu tenho 15 anos de idade. Foi a primeira vez na minha vida que eu dividi uma parceria com alguém desta forma, com a pessoa fazendo uma música e mandar uma ideia de letra e eu fazer a letra; de a pessoa propor a música. Isso sempre partia de mim ou de mim em conjunto com outras pessoas, não de alguém de fora. Foi massa! Me surpreendi. Eu amei a música que ele mandou. Antes de gravar o disco, eu tinha entrado numa onda muito forte de bolero, tango... Sei lá porque. Bateu, comecei a ouvir umas coisas assim. Quando eu falei para o Fábio que a gente ia gravar disco novo, foi até no VMB do ano passado que a gente conversou sobre isso, falei do bolero e ele disse 'é mesmo? Eu também estou pirando nessa onda de bolero'. Eu falei 'pô, vamos fazer um juntos'.

Aí, uma vez lá na minha casa, ele estava fazendo caruru, no fogão, cozinhando, porque ele é um exímio cozinheiro, e eu sentada na mesa tomando um drinque e a gente trocando ideia. Eu sempre tive vontade de escrever alguma coisa falando sobre Salvador, mas nunca consegui, é um tabu para a gente, é um tema difícil, porque a gente não queria falar nem mal, nem bem, a gente queria falar o que a gente sente sobre a cidade, sobre ter vivido lá. Ele também. Eu falei que já tentei escrever algumas coisas sobre isso e nunca rolou. Ele falou 'pronto. Vamos fazer nosso bolero que fala sobre isso'. A gente começou a se falar por e-mail, ele me mandou uma ideia da harmonia, fizemos o arranjo, terminei a letra e rolou.

A gravação do 'Me Adora' aconteceu num espaço bem bonito e tal. Como foi essa gravação?

Quando a gente pensou em fazer o clipe, eu falei 'pô, queria um clipe simples, de banda tocando'. Tinha uma cara que a gente não gravava, que não lançava vídeos... Os últimos vídeos, 'Nosso Instante' foi desenho animado, 'Pulsos' era ao vivo, eu queria um clipe de banda tocando. Aí, todo mundo entrou nessa onda. O Spencer, que é o diretor, disse 'então vamos fazer o clipe mais legal de banda que a gente pode fazer'. A gente montou meio que uma balada, naquela casa, colocamos alguns convidados e o cenário era lindo, o que possibilitou toda a coisa do figurino, mais classuda, anos 60. Era tudo meio retrô, mas ao mesmo tempo hoje em dia. Porque hoje você vai para balada e vê uma galera que se veste e se comporta como se estivesse nos anos 50 ou 60, mas estamos em 2010 quase. A gente queria trazer isso para o clipe. E foi isso. A gente passou a noite inteira bebendo e gravando e saímos de lá 8h. Felizes da vida.

É cedo, mas já estão pensando no próximo clipe?

Ainda não, vamos trabalhar mais com este primeiro.

Entrevista por Carol Tavares.
Site MTV.

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3 comments

3 Comentários:

Rihanna Comentou:: Perfeita só pra variar *o* diva <3; 23 de julho de 2009 às 12:31
Julia Rain Comentou:: Ai eu acho a Pitty mto perfeita,
adorei a entrevista <3

beijos; 29 de julho de 2009 às 12:12
Anie Comentou:: aii que lindaa!!

beijos; 30 de julho de 2009 às 12:32

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