quinta-feira, 8 de abril de 2010
Eu aprendi, pratiquei contigo, jamais te esquecerei.



Os grandes amores existem. As grandes paixões existem. Eles existem. Eles simplesmente existem. Eu desejo que todo ser humano possa sentir o que eu um dia já senti. Somente uns poucos minutos daquele entorpecimento juvenil, daquela inundação de sentimentos que enlouquecem, daquela loucura toda que te envolve, te amedronta, aquela confusão monstruosa que vivi quando amei. E quando fui amada. Uma paixão avassaladora que me fez acreditar que eu ainda permanecia viva. Viva e amada. E amada, Mas, agora, eu fecho os olhos para dormir. A cama cresceu tanto de tamanho, o meu peito cada vez está menor. E muito mais vazio. Ninguém a me ninar. A minha mão não encontra a sua. Quem foi que viu a minha Dor chorando?! (Augusto dos Anjos, "Queixas Noturnas". Mas, no meu caso, diurnas também). Eu quero uma receita para se esquecer um grande amor, o senhor tem aqui para vender? O preço não me interessa, eu só quero poder seguir em frente. Nem precisa ser em frente..., basta seguir. Porque A minha vida sentou-se/ E não há quem a levante (Mário de Sá-Carneiro, "Serradura").

E o vazio logo aparece, não dá um minuto de folga (“meter a cara no trabalho” é algo que também não tem funcionado). O telefone não toca naquela hora, a minha caixa de e-mails não tem pena de mim, já não tem novidade boa a me contar. Uma sensação leve e prematura de derrota logo se apodera da gente. Depois ela cresce. Já não é mais sensação, é derrota mesmo. Eu não tenho mais para quem escrever os meus defeituosos poemas, a quem dedicar meus pensamentos, quem vai me acalmar quando a agonia aparece sem avisar? Eu me sinto tão sozinha. Por vezes eu nem me sinto. Meus olhos não vertem lágrimas, o meu coração não dispara. Será mesmo que estou vivo? Ainda nem maldisse toda a minha sina e mazela, nem afoguei minhas (agora) crônicas mágoas na cachaça libertadora, também não há outro perfume no meu corpo. Viver é amar, um dia me explicaram direitinho. Eu era inocente e acreditei. Só inocentes e tolos crédulos aprendem isso, eu tive o azar de ser um deles. Nem ouso reclamar.

Quando acordei foi em você que eu pensei. Provavelmente pensei em ti durante toda a noite também, mas dessa vez tive a sorte de não recordar. Não importa como minha vida esteja seguindo, é sempre em seu sorriso que meus pensamentos se convergem. Não há fuga nem plano B. Eu aprendi que não é te esquecendo que irei me livrar de você. Não importa quanto tempo transcorra, jamais me esquecerei daquela noite, aquela, quando estupefata você ouviu minha curtíssima e derradeira declaração de amor. Metade do tempo eu reflito sobre o que ele significou e o que ela irá se tornar em alguns parcos anos. Logo, meu coração será de outro, as suas coisas queimarei no quintal (afastando a cachorra para que não se queime) e essa frase eu voltarei a dizer. Mas não para ti, jamais para ti, nunca mais para ti... Você será apenas uma lembrança, feito tantas outras, e eu serei apenas uma lembrança para você... feito tantas outras. Já não me amas? Basta! Irei, triste, e exilado/ Do meu primeiro amor para outro amor, sozinho (Olavo Bilac, "Desterro").

Quem errou mais? Isso não importa agora, logo, posso ficar com toda culpa pelo nosso fracasso. Sempre sonhei com algo diferente, como nos contos de fadas e nos pagodes de três notas (e se me perguntam Que era mesmo que eu queria?/ ”Eu queria uma casinha/ Com varanda para o mar/ Onde brincasse a andorinha/ E onde chegasse o luar”, Vinicius de Moraes, "Sombra e Luz"). A realidade foi deveras distinta disso, só Deus é testemunha das minhas queixas. Mas, nesse momento, nada disso importa, nada do que doeu agora importa. Eu vou ficar aqui, sozinho, com minhas lembranças e nosso fracasso. Vou lembrar das partes boas, para me emocionar com a saudade. Não lembrarei de nenhuma briga, nem nada disso! Eu quero uma receita para esquecer dos momentos ruins, dos bons eu não preciso. Não preciso e não quero. Para que esquecer do que me orgulho? Do que me fez feliz? Deixa a saudade me machucar, meu anjo, uma hora ela se cansa. Eu não abro mão de recordar o quanto fomos felizes. Acabou, mas não sem muito amor. É o fim, mas não antes de muitas promessas de eterna felicidade. É isso o que vale, afinal. Eu busco isso a cada instante de minha vida.

Mas agora ele está lá e eu aqui. Ele está lá seguindo a vida dele, e eu estou aqui, seguindo a minha. Aqui eu te amo e em vão te oculta o horizonte (Neruda, "Aqui eu te amo"). Ele esta lá vivendo a vida dele como se nada tivesse acontecido. Acho, realmente não sei dizer (Teus olhos são duas silabas/ Que me custam soletrar./ Teus lábios são dous vocábulos/ Que não posso,/ Que não posso interpretar Fagundes Varela, "Canção Lógica"). Eu aqui, não triste, mas saudosa. Às vezes eu olho para os céus para descobrir se sinto algo de novo. Quem sabe um daqueles meus suspiros. Passo horas olhando as estrelas, sem entender por que elas brilham. Elas deveriam fazê-lo somente quando você fosse meu, não em qualquer situação. Mas você segue a sua vida, almoça feliz e se diverte enquanto procuro a receita para te esquecer. Sei que não irei sofrer, o que me castiga é a saudade. Não irei chorar, nem lamentar, tampouco desejar a morte. Irei apenas seguir em frente, sozinha agora, às vezes pensando: o que será que ele faz nesse momento?, agora que chove lá fora! O que será que ele faz? Será que pensa em mim? Será que sorri? Eu abro os braços para envolver a minha vida.

Lembra da música da Elis? Vou querer amar de novo e se não der eu não vou sofrer...? Preciso te dizer a verdade: se isso acontecer, eu vou sofrer sim, meu coração só existe para amar de novo, espero que você entenda. Eu sigo a minha vida por aqui, você continue a sua por aí. Se consegui a receita para se esquecer de um grande amor? Não, parece que isso não existe mesmo. A minha é seguir em frente, então, e quando não der, chorar, não há problema nenhum isso, quem aprende a amar, aprende a chorar também (Paulinho da Viola, "Amor Amor") . Eu aprendi, pratiquei contigo, jamais te esquecerei.


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7 comments




7 Comentários:

Anonymous Fênix Comentou:

Ta Foda Dessa, só acho q ta longo de mais... vamo encurtar esse texto amore...tudo d bom o blog. agora sempre q eu kiser umas msg vou robar daki, ja ta nos meus favoritos...
bjãoooo


Fênix

8 de abril de 2010 às 14:59 

Blogger Anie Comentou:

demorei mas li

textooo tri :(

8 de abril de 2010 às 17:27 

Anonymous Simone Comentou:

Adorei o blog.

15 de abril de 2010 às 08:00 

Anonymous Ana Cristina Comentou:

Uauu que texto lindo, Dêssa. É grande, mas envolvente, a cada palavra que eu lia eu queria saber o que seria a próxima. Li tudinho e adoreii! O texto é um pouco triste, mas fala umas coisas muito profundas e que fazem todo o sentido! Parabéns Dêssa!!!
Obrigada pela visita e por toda a preocupação ^-^. Graças a Deus as coisas estão sim melhorando, devagar, mas melhorando. Também adoro ler o seu blog, tem muitas coisas que leio aqui e que mexem comigo! Admiro muito o seu trabalho e você como pessoa.
Beijos e tudo de bom para você também!

6 de maio de 2010 às 18:06 

Anonymous Anônimo Comentou:

Quase chorei...porque me vi no texto. Amay lê-lo.
Msm mexendo comigo hehe
bjokss

18 de maio de 2010 às 22:26 

Anonymous Min Comentou:

Lindo texto, profundo e totalmente verdadeiro.
Well, como dizem, a vida segue. :)
E verdadeiros amores permanecem no coração, eternamente. ^^
Beijão!

1 de junho de 2010 às 09:17 

Anonymous Thais Comentou:

adorei MUITO o texto. vi muito do que tá acontecendo comigo atualmente no que vc escreveu. é dificil se recuperar de um grande amor que se vai, mas a vida tem que seguir em frente, cada um pro seu lado.
beijos, amei o blog!

5 de junho de 2010 às 09:49 

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@dessahanna 19 anos, gaúcha, estudante, ciumenta, chata e perfeccionista.
Música, filme de romance, moda, maquiagem, cerejas, batata-frita, coca-cola e inverno. Odeio gente efusiva. Viciada em Supernatural, One Tree Hill, Dexter e Gossip Girl. Fã da cantora Pitty. mais??



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